Peça do Mês Maio
área de conteúdos (não partilhada)Tema: “Waiting” (Esperando)
Técnica: Óleo sobre tela
Autor: Gilberto Leal (Nasc.:São Jorge, Porto de Mós, 28-10-1943 – Falec.: África do Sul, 09-03-2013)
Datação: 1986
Dimensões: 91x68cm
“Guarda pão para maio e lenha para abril”. Maio é por tradição um mês com os dias grandes, em que os trabalhadores da lavoura trabalhavam mais horas é ainda um mês de simbologias, das quais a mais marcante será a celebração do Dia da Mãe.
Mas há mais simbologias que temos que destacar neste mês. No próximo dia 25 assinalamos o Dia da África ou o Dia da Libertação da África, como recordação da luta pela independência do continente africano. Esta é uma data celebrada em vários países de África e pelos africanos espalhados pelo mundo. Em países como o Gana, o Mali, a Namíbia, a Zâmbia e o Zimbabwe, o Dia da África é um feriado. Sendo um continente de grande diversidade de culturas e inestimável riqueza foi esta a envolvência cultural em que foi embebido o Comendador Gilberto Leal, uma individualidade nascida em Porto de Mós.
Assim, como peça do mês, apresentamos o quadro a óleo oferecido ao Museu pelo autor numa das suas visitas no dia 28/10/1990.
Artista plástico que executou um vasto número de obras de cerâmica, pintura, estatuária e azulejaria em Portugal, África do Sul e Moçambique, a sua formação escolar iniciou-se em São Jorge, Porto de Mós, frequentando mais tarde o liceu no Colégio dos Irmãos La Salle, em Lisboa.
Com 17 anos participou na maior exposição de arte em Portugal da época, Exposição “Salão dos Novíssimos”. Foi também na capital que estudou Arte na Escola Superior de Belas Artes António Arroio (terminou o curso com 21 anos). Paralelamente trabalhava no Teatro Monumental onde, apesar da sua juventude, chegou a ser chefe dos cenaristas, responsável pela pintura e montagem de cenários para o Teatro, sem deixar os estudos.
Cumpriu o serviço militar em Moçambique, tendo ficado a trabalhar em Lourenço Marques, na área da publicidade na indústria cervejeira. Mudou-se em 1974 para a África do Sul, onde retomou as ligações ao mundo do teatro, do ponto de vista profissional. Foi membro do Conselho das Comunidades Portuguesas da África do Sul, tendo participado em vários encontros mundiais deste órgão de consulta do Governo português e um dos membros fundadores do Lusito/Associação Portuguesa de Pais e Amigos de Deficientes Mentais, e do Núcleo de Arte e Cultura.
Depois de uma primeira exposição no Festival das Artes em Durban, seguiram-se muitas outras dos seus quadros a óleo, esculturas e murais. Tem trabalhos artísticos expostos em museus, embaixadas, consulados, associações, teatros, restaurantes, igrejas, hotéis e casas particulares.
De Portugal recebeu o reconhecimento através da Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pela sua contribuição às Artes. Da África do Sul recebeu, pelo mesmo motivo, uma Medalha de Mérito. O seu último trabalho, que ficou incompleto, é o nicho que estava a pintar à entrada da Igreja de Santo António dos Portugueses em Mayfair, Crown Mines.
Museu Municipal de Porto de Mós