Peça do mês de novembro
área de conteúdos (não partilhada)Designação: Garrafa de vinho
Marca: Vinhos Belo – Quinta do Paraíso
Produtor: Francisco Matias Belo
Dimensões: 0,5l
Datação: C.1966
Materiais: vinho, vidro, cortiça e metal prateado.
Decoração: estampa do Castelo de Porto de Mós, monumento nacional desde 1910
Doadora: Anabela da Silva Rodrigues Azoia
N.º de Inventário: MMPM 2371
No próximo dia 11 de novembro comemora-se o dia de São Martinho. Uma data que é associada ao primeiro dia em que o novo vinho produzido a cada ano pode ser degustado, como faz referência o ditado popular português: “ No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho ”. E, manda a tradição, que neste dia seja acompanhado de um magusto, com castanhas assadas. Foi a evocação dessa tradição que nos fez apresentar como peça do mês uma garrafa de vinho. Mas, não uma garrafa qualquer e sim um exemplar produzido em Porto de Mós nos anos 60 do séc. XX.
São Martinho tornou-se no padroeiro dos produtores de vinho. Uma atividade histórica entre nós. Reportando concretamente à história de Porto de Mós e ao seu 1º Foral outorgado pelo Rei D. Dinis no ano de 1305, a produção vinícola já marcava um papel importante: “…Também pelo vinho, linho e milho os produtores versavam 1/8 dejugada. Sobre o vinho impendia, porém, o duro monopólio régio do relego. Assim a partir do S. Miguel, e durante três meses, que os relegueiros estipulariam, mas que não se podiam alargar para além de Abril, só o vinho do rei seria vendido. Previam-se diversos modos de actuação dos vizinhos e homens de fora, quanto à vindima e venda do vinho, que os relegueiros deviam controlar, e minuciosamente se detalhavam, demonstrando bem como a produção vinícola era importante em Porto de Mós, dela procurando colher réditos os viticultores do concelho e, em consentâneo, a coroa.”1
A São Martinho cabe ainda ser padroeiro dos soldados. E por isso mesmo e pela sua importância, não podemos deixar de mencionar que neste mesmo dia 11 também se comemora o encerramento das hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial, através da assinatura do tratado - Armistício de Compiègne. Cento e dois anos passaram de uma Guerra com escala mundial que envolveu soldados portugueses, passando as duas centenas de homens naturais do concelho de Porto de Mós que integraram as hostilidades.
Homens de uma “casta” histórica de valentia.
1 - O foral de Porto de Mós e a política dionisina de desenvolvimento concelhio, COELHO, Maria Helena da Cruz, Revista de História da Sociedade e da Cultura 6, 2006 , publicado por: Centro de História da Sociedade e da Cultura.