Peça do Mês de Fevereiro
área de conteúdos (não partilhada)Denominação: Par de sapatos
Datação: 1959
Materiais: Cabedal, sola e metal
Medidas/número: 26
Doador: Manuel Baptista Amado & Filhos Lda
Morada: Mendiga, concelho de Porto de Mós
N.º de inventário: 325
Fevereiro, tempo de Inverno e, como sabemos, com algum frio habitual nas terras mais altas do nosso concelho. A forma de tornar este mês mais agradável é vestir e calçar adequadamente. A escolha dos sapatos, por exemplo, faz-se pensando no conforto e ao mesmo tempo que sejam quentes e impermeáveis. Mas não foi sempre um acto banal, este de calçar os nossos pés para conforto. O uso de calçado até ao século XIX, foi limitado a alguns extractos sociais. Com o século XX, e em finais dos anos 20, são incutidas ideias de que todos devem usar protecção para os pés, incluindo as crianças. É a época da luta ao fim dos pés descalços, onde se começa a proibir o trânsito de pessoas descalças na via pública das áreas das cidades, podendo no entanto também ser aplicadas a outras localidades. Quem transgredisse pagava multa. Desta forma diminuía o contacto directo com o chão, onde este durante séculos propiciava a contaminação à população de pestes e outras maleitas de contágio elevado - embora saibamos que a mudança não foi uniforme e que, sobretudo em meio rural, ainda se perpetuou um pouco a ausência de calçado, sobretudo entre famílias pobres e numerosas.
Como peça do mês, apresentamos um dos típicos modelos de sapatos de criança do sexo feminino, nos finais da década 50 do séc. XX., em especial para a classe média e média baixa. Não havendo capacidade económica para se encomendar um tipo de sapato exclusivo, as ofertas de modelos e matérias eram restritos, praticamente muito idênticos aos representados. Feitos em couro que passou pelo processo de curtimento: através de moinho, moía-se a casca de carvalho a qual se juntava água e se colocavam as peles. De salientar que no rasto do sapato se colocavam brochas, tendo como objectivo a durabilidade dos rastos, estas que se faziam ouvir denunciando a presença da pessoa com os seus passos. Sons que se desbateram nos anos com a evolução do calçado. Os atacadores eram em cordão de cabedal natural, passando por três ilhós de cada lado, apertando-se na planta do pé.
Também não podemos esquecer que a 16 de fevereiro se celebra o Carnaval, que associamos a mascarados com as suas máscaras na criação de mistério,fantasia, festividade carnavalesca. Como todos nós sabemos este ano é diferente, a festividade carnavalesca é adiada, neste cenário pandémico actual. Para a não contaminação há a obrigatoriedade de todos usarmos mascaras de protecção do rosto (nariz e boca), para no futuro podermos caminhar e gozar nas várias festividades que surjam nas nossas vidas e também podemos comunicar à geração futura a história da saúde que vivemos nos anos 20 do séc. XXI.
Museu Municipal de Porto de Mós