Peça Mês de Março
área de conteúdos (não partilhada)Gravura: “1500” “POR MARES DE NUNCA ANTES NAVEGADOS” “1922” “POR ARES DE NUNCA ANTES NAVEGADOS”
Autor da gravura: Raul Nunes
Editores: Monteiro Guimarães, Filho, Lda.
113, Rua Cândido dos Reis, 119 Porto
Datação: 1ª metade séc. XX
Medidas: 32x50 cm - SEM MOLDURA
Materiais: Papel (moldura: madeira, cartão, vidro e elementos metálicos)
N.º de Inventário: 1802
Dia 22 de Março comemora-se o Dia Mundial da Água, como forma de chamar a atenção às populações e governos para a urgente necessidade de poupança deste recurso natural tão precioso.
Noutro contexto de água, aquela que compõe boa parte do planeta e que separa países, povos e culturas, uma das formas de minimizar essa separação passou pela criação de ligações por via marítima e aérea. É sobre os registos dessas ligações que apresentamos como peça do mês de março esta gravura.
São centenárias as ligações do povo português à criação de pontes marítimas e aéreas entre os quatro cantos do Mundo. Na gravura aqui apresentada temos a alusão aos Descobrimentos Marítimos em 1500 e também ao feito de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que concluíram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Foi em 1922, mais concretamente a 30 de março e nesta altura que se comemora o centenário desse grande acontecimento. Há que homenagear o piloto, Artur de Sacadura Freire Cabral (N.: 23-05-1881, Celorico da Beira, São Pedro, F.: 15-11-1924 Mar do Norte) e o navegador Carlos Viegas Gago Coutinho (N.:17-02-1869, Lisboa, F.:18-02-1959), pioneiros da aviação ao efectuarem a Primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Portugal e Brasil, a bordo do hidroavião de nome Lusitânia. Descoloram de Belém, no dia 30 de Março de 1922 às 7h da manhã, viagem que seria feita em várias etapas: Las Palmas, Ilha de São Vicente, ilhas brasileiras de São Pedro e São Paulo. Chegando aqui, o hidroavião ficou danificado de maneira irreversível, obrigando ao transporte por navio até á ilha de Fernando de Noronha. O governo português enviou um novo hidroavião de substituição de forma a poderem reiniciar a viagem. Esta que fora de curta duração devido uma avaria no motor obrigou a nova interrupção da viagem: conseguiriam retomar o percurso com a chegada do hidroavião “Pátria”, fazendo escala em várias cidades brasileiras até chegarem ao Rio de Janeiro a 17 de Junho. Esta travessia aérea mesmo havendo várias dificuldades e percalços foi considerada de um inteiro sucesso, cumprindo o objetivo, que era o de percorrer grandes distância com o hidroavião sobre o oceano de forma rigorosa e precisa, utilizando apenas instrumentos portáteis de navegação astronómica. Com esta concretização deu-se um grande passo para o desenvolvimento das linhas aéreas entre os dois lados do Atlântico.
Sacadura Cabral (piloto com larga experiência de voo) e Gago Coutinho (geógrafo cartógrafo, oficial da Marinha Portuguesa, navegador e historiador) foram recebidos em Portugal como heróis, recebendo honras de Estado. Cem anos passaram e é justo lembrar o papel destes homens na criação de uma ponte área que é mais uma forma de dar novos mundos ao mundo.