Peça do Mês de Novembro
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Denominação: Isqueiro
Datação: Inicio Séc. XX
Matéria: Metal
Medidas (cm): Alt. 7,5; larg. 3,8; espes.1
Doadora: Ester Ferreira Morgado
N.º de Inventário: 2582
Manuel Rebelo Morgado
(Cortesia de sua filha, Mª Nazaré Rosa Morgado)
Novembro é o mês em que recordamos o final do primeiro grande conflito mundial: a I Guerra ou a Grande Guerra, como ficou conhecida. No próximo dia 11 de novembro comemora-se O Dia do Armistício, um dia que é normalmente de homenagem aos soldados que participaram no conflito e também a todos os sobreviventes da Grande Guerra.
Foi a 11 de novembro de 1918, às 11 horas, que se assinou o acordo de paz entre os Aliados e a Alemanha, num vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, colocando-se oficialmente um ponto final na Primeira Guerra Mundial, iniciada quatro anos antes.
De forma a comemorarmos este dia, apresentamos um isqueiro utilizado na Grande Guerra pelo combatente Manuel Rebelo Morgado (Nasc.: 12-01-1893 e Falec.: 06-01-1967), um dos 235 portomosenses identificados até ao momento como participante no conflito. O isqueiro que chegou aos dias de hoje serve também como símbolo da “chama” da lembrança. Pois embora o tempo passe e a peça mostre o desgaste do uso, a memória permanece. E, esta foi uma peça que deu prazer ao ser utilizada, ao acender cigarros que serviam certamente para aliviar a alma do medo da morte, da saudade da terra, num cenário de grande destruição.
Lembro-me de poucas coisas sobre a vivência de guerra ditas pelo meu pai, ele falava sobre a guerra sempre com dor e quando os filhos iam para a tropa chorava e ficava muito preocupado.
Tinha problemas de saúde por ter estado na guerra, teve bronquite asmática muito grave, com que veio da guerra e reagia mal ao álcool devido a ter sido gaseado. Afirmava que quando estava no campo de batalha e eram atacados com o gás mostarda, tinham que se tentar esconder, muitas vezes debaixo de montes de palha e outras coisas que havia no campo. Por isso, afirmava que muitos ficavam com problemas de mobilidade e outros, depois de terem sido gaseados.
Informação da filha Maria Leta Rosa Rebelo de Jesus