Peça do Mês de Agosto
área de conteúdos (não partilhada)Designação: Fotografia - Capela de São Jorge (São Jorge, Freguesia de Calvaria de Cima, concelho de Porto de Mós)
Datação: Anos 30 séc. XX
Medidas (cm): 8,3 x 5,8
Material: papel
De há uns anos a esta parte a maioria de nós tem nos bolsos ou nas malas máquinas fotográficas de grande precisão, que permitem fotografar o mundo à nossa volta, até à exaustão. Falamos, claro dos telemóveis modernos, equipados com câmaras potentes e onde a maioria de nós regista, de forma intensa as paisagens, os jantares com amigos, ou o ar pacífico dos nossos animais de estimação quando dormem, ou ainda as tropelias das nossas crianças. Num mês de férias por excelência, como é o mês de agosto, os registos, partilhados muitas vezes graças às redes sociais, são de praia, de férias, de viagens. Mas esta é uma realidade relativamente recente, pois a fotografia digital, na palma da mão, é uma conquista tecnológica. Há pouco mais de duas décadas a nossa realidade passava por fotos analógicas, que teríamos que revelar em papel fotografia e, se recuarmos um pouco mais, a fotografia estava reservada, em família, a momentos solenes, com a intervenção dum fotógrafo.
Mas, esta vontade de fixar o tempo, vem de longe. Vejamos a foto que escolhemos para destacar este mês e que nos permite observar a família Correia de Porto de Mós, nos anos 30, em visita à Capela de São Jorge (classificada como Monumento Nacional desde de 1910). No Monumento identificamos um alpendre datado de 1928, de planta retangular, adossado à sua fachada principal, da autoria do arquiteto Ernesto Korrodi. Refira-se que o mesmo alpendre foi retirado em 1940, tendo como objetivo evidenciar o seu primitivo aspeto. Na imagem, do lado esquerdo, de pé, Arlindo Augusto D'Azevedo (com bigode) e, do lado direito, junto à coluna, a sua nora Maria Celestina Vilhena Azevedo Correia (de óculos).
Um retrato que tem múltiplas funções: registou a família em visita ao Monumento e a própria Capela, com um aspeto que não viria a perdurar. Mas há ainda uma outra leitura que nos faz destacar esta imagem. A Capela evoca a importante e definidora Batalha Real - “Batalha de Aljubarrota”, entre dois exércitos régios (português e castelhano) uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média, e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal. À data - 14 de agosto de 1385 - o resultado imediato foi a derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise sucessória de 1383-1385, e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, fundador da Dinastia de Aviz. Este monumento fora mandado erguer por D. Nuno Álvares Pereira em agradecimento pela vitória, no local onde o Condestável havia depositado o seu estandarte.
Com um só objeto, a fotografia histórica, retratamos o quotidiano e a nossa História coletiva, de forma a preservarmos a memória, consolidando o destino dos seus registos para memória futura. E, já agora, refira-se ainda que no próximo dia 19 celebramos o Dia Mundial da Fotografia, um objeto que tem sido uma fonte direta e privilegiada de registar a História.
Museu Municipal de Porto de Mós
Mais informações em museu@municipio-portodemos.pt | 244499652