Peça do Mês de Dezembro
área de conteúdos (não partilhada)Título da Obra: Gravura “Santa Barbara”
Datação: “Finais séc. XIX, início séc. XX”
Medidas (cm): 26x19,5
Materiais: Papel (com moldura em: madeira, cartão e vidro)
Doador: Francisco José Cordeiro
Nº Inventário: 420
Chegamos ao último mês do nosso calendário e sabemos que o mês de dezembro é todo ele dedicado a um ideário pagão e religioso que se juntam e dominam esta época do ano. Será seguro afirmar que, para o nosso mundo Ocidental existe toda uma temática cristã, sendo a mais conhecida o Nascimento do Salvador. Mas, neste mesmo mês existem mais 23 celebrações de outras santidades.
E essa multiplicidade de celebrações que nos fez eleger como peça do mês de dezembro uma gravura de Santa Bárbara. Uma das 23 santidades evocadas, o seu dia de celebração pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa é o dia 4 de dezembro. Santa protectora dos mineiros, onde estão incluídos os mineiros Portomosenses (Séc. XVIII-XX), para além de protectora dos mineiros, é associada à proteção contra raios, trovões e tempestades e, além dos mineiros, é santa protectora de artilheiros e de todos aqueles que trabalham com o fogo.
Historicamente foi uma virgem mártir que nasceu cerca de 280 d.C. em Nicomédia (hoje, uma região da Turquia) e faleceu na mesma localidade, em 317 d.C. Filha única de Dióscoro, um rico cidadão do Império Romano, foi fechada pelo pai numa numa torre, de forma a não andar no meio da sociedade corrupta. A sua aprendizagem era dada por tutores da confiança do seu pai. Mas, o que parecia um castigo fez abrir a mente de Bárbara: da torre contemplava a natureza, a mudança do tempo com as estações, os animais. O que a fez questionar se tal feito era obra de “Deuses” como lhe ensinavam, ou se havia um Deus superior, inteligente e com poder de criação.
Chegada à idade de 17 anos, quando deveria casar, muitos eram os seus pretendentes, pela sua beleza e riqueza. Mas todos eles ela rejeitou por entrega à religião. O seu pai ao perceber tal situação resolveu leva-la a passear pela cidade, para contrariar o isolamento em que tinha vivido. Essa “abertura” fez com que se interessasse em contactar com cristãos, que lhe falaram dos ensinamentos de Jesus e dos mistérios da Santíssima Trindade. O seu pai ficou furioso ao perceber a recusa da filha em seguir a Religião da Roma Antiga e a sua ira fez com que denunciasse a filha ao prefeito romano da cidade. Foi ordenado que ela fosse torturada em praça pública, para tentar fazer com que a jovem renegasse a fé cristã. Mas, apesar dos atrozes sofrimentos a que foi sujeita, Bárbara não renegou a sua fé. Márcio, perfeito da cidade condenou-a à morte por decapitação - que viria a ser feita pelo próprio pai, que seguidamente caiu morto, fulminado por um raio.
Na imagem que partilhamos, Santa Bárbara tem representados três dos mais comuns atributos: são eles a torre, a espada e o cálice.
- A torre sobre a cabeça como coroa, símbolo da torre onde o seu pai a fechara. A torre também simboliza Deus como refúgio do ser humano.
- A espada que aparece nas mãos de Santa Bárbara representa o instrumento do seu martírio. Também símbolo da sua fé inabalável em Jesus Cristo.
- O cálice rematado por uma hóstia, simboliza a comunhão e a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo na cruz. Também símbolo da sua conversão ao catolicismo.
Feliz Natal 2023
Museu Municipal de Porto de Mós
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