Peça do mês de Maio
área de conteúdos (não partilhada)Denominação: Relógio de Sol
Datação: “Idade Moderna”
Material: Pedra
Proveniência: Rua D. Dinis, Porto de Mós
Doador: Artur Jorge Moreira Oliveira
“Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma 'hora.”
Se estes versos lhe parecem familiares, é provável, pois são da autoria de um dos maiores poetas de sempre da língua portuguesa, Luís de Camões, cujos 500 anos de nascimento se celebram este ano – o próximo dia 10 deste mês, como sabemos é também o seu dia.
Esta inquietação do tempo e da forma como ele é relativo, tem sido sempre, ao longo de milénios, uma das inquietações da Humanidade. Mas afinal, o que é o tempo? O que é uma hora?
Se hoje as nossas vidas se organizam nessas pequenas parcelas a que chamamos “horas”, é preciso recuar milénios – até ao Antigo Egipto, para encontrar os responsáveis pela definição dessas pequenas parcelas. Terão sido os sacerdotes e estudiosos quem primeiro dividiu o dia, através do nascer e pôr do Sol e, depois, quem dividiu esses pedaços de tempo.
No hemisfério Norte, em que vivemos, o mês de junho, corresponde também à chegada do Verão, do sol mais intenso, de dias com mais horas de luz. Para assinalarmos a chegada da nova Estação e também do Dia do Relógio do Sol a 21, apresentamos como peça do mês, o Relógio de Sol. Trata-se de um instrumento medidor da passagem do tempo, conseguida com a observação da posição do sol. No caso da peça que este mês partilhamos, é um instrumento de superfície plana que serve de mostrador, com as linhas marcadas no seu material de rocha calcária, a indicar as horas. Podemos ainda observar um orifício onde existira um pino ou placa, cuja sombra projetada sobre o mostrador funciona como um ponteiro de horas. À medida que a posição do Sol muda, a sombra desloca-se pela superfície do mostrador, passando sucessivamente pelas linhas que indicam as horas.
Hoje, na Era digital, recuar à existência deste instrumento cuja origem remonta a cerca de 3500 anos a.C,, mostra que a preocupação de orientação no tempo pelo Homem é muito antiga. Se nos nossos dias temos instrumentos de elevada precisão para marcar o passar do tempo, o sol já foi o principal responsável por essa marcação. O que nos pode passar quase despercebido - o valor de tal desenvolvimento – continua a ser um exemplar “vivo”, que nos enriquece o saber e permite tomar consciência da utilização dos materiais à mão do inventor ou fabricante. Nesta peça o destaque vai para a rocha calcária, identificadora do Maciço de Porto de Mós.
Museu Municipal de Porto de Mós