Porto de Mós candidato a 7 Maravilhas Doces de Portugal
área de conteúdos (não partilhada)A Câmara Municipal de Porto de Mós entrou na corrida para a eleição das 7 Maravilhas Doces de Portugal com 7 doces típicos do concelho.
Os Pastéis Tradicionais de Mira de Aire, os Pastéis de Mós, os Biscoitos do Juncal, os Coscorões, os Bolos de Cabeça, os Parrameiros e os Bolos Fritos são os candidatos que o Município entendeu candidatar.
Após o término da fase de candidaturas, serão selecionados 21 candidatos por distrito ou região autónoma.
Os DOCES candidatos às 7 Maravilhas®Doces de Portugal são organizados a partir de 7 Categorias, que traduzem a tradição doceira em Portugal, bem como a capacidade de inovação, desde que associada à utilização de produtos endógenos: DOCES DE TERRITÓRIO, BOLO DE PASTELARIA, DOCE DE COLHER e DOCE À FATIA, BISCOITOS E BOLOS SECOS, DOCES FESTIVOS, DOCES DE FRUTA E MEL e DOCES DE INOVAÇÃO.
Aqui ficam as propostas do Município de Porto de Mós:
Doce de Território - PASTÉIS TRADICIONAIS DE MIRA DE AIRE
Mira de Aire é terra de grutas que desventram a terra, criando galerias que impressionam, onde o branco do calcário e o ocre do barro se fundem em estruturas que denunciam o tempo. Com os mesmos tons se apresentam os pastéis tradicionais de Mira de Aire. De aspeto crocante, conjugam a amêndoa e a farinha, com a água e um quarteirão de gemas de ovo que oferecem o amarelo envergonhado que o açúcar cobre. Esta receita de família, passa de geração e afirma-se, atualmente, como um produto de identidade da região de Mira de Aire.
Doce de Pastelaria - PASTÉIS DE MÓS
As mós que fazem do cereal pão são as mesmas que, do pastel, fazem a marca que afirma a identidade da vila de Porto de Mós, que assume no nome a imagem desta pedra redonda, tal como a base que serve de aconchego ao recheio irresistível do pastel.
Os Pastéis de Mós adoçam sentidos há cerca de cinco anos. Um projeto que nasce do desejo de criar um produto que se torne cunho e que leve Porto de Mós no paladar, chegando ao coração! Da massa e do recheio dos Pastéis de Mós tudo se sabe, menos o segredo! Farinha especial, ovos, açúcar e amêndoa são os ingredientes desta fórmula mágica que ao longo de 6 horas se combina para o efeito final. Uma massa que resulta do saber das mãos do criador da ideia, esticada e moldada para ganhar forma para acolher a combinação que se quer fria, totalmente fria, para não comprometer a arte de quem a recebe, pedindo apenas em troca o sucesso desta união. Para os de cá, para os de fora, para os que estão fora e são de cá, os Pastéis de Mós andam, literalmente, “na boca do mundo” e levam consigo a imagem de Porto de Mós, o seu sabor, um pouco da sua história, num embrulho desenhado à medida, onde a textura e as cores foram pensadas em plena comunhão com o tom da pedra, que é nossa, e que sai desta terra que nos identifica e diferencia.
Biscoitos e Bolos Secos - BISCOITOS DO JUNCAL
Os Biscoitos do Juncal conservam a tradição do bolo seco assente no segredo da receita ancestral que conjuga produtos endógenos simples, naturais e tradicionais, sem corantes e sem conservantes. Uma seleção cuidada de vários ingredientes, entre os quais, a farinha, os ovos, o açúcar e o limão colocados um por um, com muito carinho e dedicação. Em forma de argola ou de “esses”, enobrecem a hora do chá, acompanham um café, derretem-se no chocolate quente, deixando na boca um leve sabor a limão, que tão bem os caracteriza.
Doces Festivos - COSCORÕES
Os coscorões são doces tradicionais, tipicamente associados ao Natal. No entanto, em Porto de Mós, o coscorão lembra festa de verão, de arraial e está assumido como o doce rei das Festas de São Pedro. É certa a antiguidade deste doce. À receita base, juntamos-lhe o segredo das noites de confraternização e compomos uma massa que une a farinha de trigo, o fermento de padeiro, a aguardente e o sal e que recebe depois o leite, a margarina, a laranja dividida em sumo e raspa, o vinho branco, o whisky e o vinho do Porto, o óleo, o sal, o fermento em pó e o bicarbonato de sódio. Arrumada e lêveda, esta conjugação deixa-se estender sobre uma superfície enfarinhada e recortar, depois, pela carretilha tradicional, que desenha retângulos de pura gula que, em óleo bem quente, se deixam apurar e receber a cor do ouro em ambas as faces. Escorrida, a massa, batizada de coscorão, é envolvida em açúcar e canela, numa conjugação perfeita que se leva na alma e que convida a voltar.
Doces Festivos - BOLOS DE CABEÇA OU DAS FESTAS
Desde o séc. XIX que os Bolos de Cabeça, em forma de coração, são oferecidos à Senhora dos Prazeres, padroeira do lugar de Alcaria, nos tradicionais festejos da Pascoela ou Festa da Sesta. São, também, oferecidos às crianças e aos amigos no Dia de Pão por Deus, marcando, igualmente, presença em todas as festas religiosas. Cheios de significado, estes bolos representam a alegria, a amizade e a prosperidade que se deseja, de todo o coração, partilhar com quem se quer bem. Farinha, açúcar, manteiga, canela em pó, bicarbonato, leite, ovos e raspa de limão são os ingredientes que compõem a massa que, depois de repousar, é tendida em forma de coração e untada com ovo batido, indo ao forno para receber calor e nele cozer. Depois, vem a expressão, feita de claras batidas e açúcar em pó que desenham enfeites e pintas, que os garfos de outrora faziam pingar. Ornados de branco, enchem andores, compõem ofertas e mostram-se à cabeça, ou em ombros, no dia da procissão.
Doces Festivos - PARRAMEIROS
Conhecido em diferentes zonas do Município também como repetelos ou resulhos. Em épocas de escassos recursos, a broa de milho era o alimento que se usava para acompanhar as sardinhas assadas ou secas em cima da caruma, nos cestos da azeitona.
Depois de amassada e levedada, a broa era cozida no forno de lenha e, quando havia um pouco de mel ou açúcar loiro a sobrar, as nossas avós faziam os “parrameiros”, com o que restava da massa da broa, à qual juntavam também erva-doce e azeite. Pequenas broas tendidas que iam a cozer na “boca do forno” de lenha, em cima de uma folha de couve e que se “esparremeiravam” ao calor.
Doces Festivos - BOLOS FRITOS
Antigamente, o fim da colheita da azeitona pedia a adiafa, farta, onde o bacalhau cozido com batatas e couve, regado com o azeite novo se fazia acompanhar dos bolos fritos. O doce era feito com as sobras da massa do pão da semana anterior (o crescente), levando farinha, sal, água e fermento, às quais se juntavam os ovos, o azeite e o leite. A tradição de comer o bolo frito estendeu-se, mais tarde, à celebração da festa do casamento, como forma de assinalar o matrimónio do último filho de cada casal.