Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril – Irene Pimentel fala do caso da PIDE
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“Controlo, vigilância e repressão: o caso da PIDE'” foi o tema apresentado por Irene Pimentel, na passada sexta-feira, dia 31 de março, na Central das Artes, na segunda sessão do Ciclo de Conferências “Ditadura e Democracia: que História? Que Presente? Que Futuro?”, integrado no programa das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril 2022-2024, promovido pelo Município de Porto de Mós.
Irene Pimentel é historiadora e Investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É uma das mais reconhecidas investigadoras sobre a História da Ditadura, dedicando particular atenção à história da PIDE/DGS, das mulheres no Estado Novo e dos Judeus em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial.
Com sala cheia, a historiadora introduziu a sessão, alertando para o contexto político e social que se vive atualmente, sinalizando os acontecimentos que a história ensinou serem um indício de que a democracia pode estar em risco: “Hoje em dia não estamos livres de ter outra vez ditaduras na Europa, a nível mundial e mesmo em Portugal.” Referiu, por isso, a importância de cada um de nós “alimentar a democracia diariamente”, afirmando que “Muito mais problemática é a forma como dentro da democracia, e utilizando os mecanismos da democracia, determinadas pessoas e determinados movimentos populistas de extrema-direita, xenófobos, racistas, estão a tentar chegar ao poder”.
Já submergida no tema que a trouxe a Porto de Mós, Irene Pimentel fez um périplo pelos anos de ditadura em Portugal, indicando e analisando os diferentes tipos de polícia política que surgiram no seu decorrer. A polícia política, refere, tem um papel determinante nos regimes ditatoriais, na medida em que assegura o controlo dos seus principais adversários.
A investigadora afirmou, ainda, que Portugal detém um dos maiores arquivos da ação da polícia política da Europa, uma vez que foi possível salvaguardar a maior parte da documentação destas estruturas.
Ao longo da intervenção, o público mostrou-se muito participativo, certamente porque vários dos presentes foram figuras com um papel ativo na época de revolução. Foi o caso de um dos membros da organização Associação 1º de Maio, perseguido no pós 25 de abril, ou de um dos fundadores do Movimento das Forças Armadas, que esteve envolvido no planeamento do 25 de Abril de 1974.
A próxima sessão terá lugar no dia 10 de abril, com o Almirante Gouveia e Melo, pelas 14h30, no mesmo local, sobre o tema “O papel das Forças Armadas num mundo multipolar”.
PA
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