Iliteracia é mais grave do que o analfabetismo, segundo Fernando Rosas
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Fernando Rosas foi o orador da 4ª sessão do ciclo de conferências “Ditadura e Democracia: que História? Que Presente? Que Futuro?”, no passado dia 21 de abril, na Central das Artes, em Porto de Mós.
Sob o tema “48 Anos de ditadura: os mecanismos de sobrevivência do regime", Fernando Rosas debruçou-se sobre os 6 pilares que levaram o regime do Estado Novo a durar quase meio século em Portugal, permitindo às largas dezenas de presentes compreender os instrumentos utilizados pelo regime para controlar os vários quadrantes da sociedade.
No seguimento da interpelação do público tornou-se inevitável, aliás à semelhança das restantes sessões, fazer o paralelismo entre o tempo da ditadura e da revolução e os dias de hoje, no que diz respeito aos problemas na educação e na economia, por exemplo, ou, num âmbito mais alargado, no que se refere à conjuntura internacional.
É unanime a opinião de que os sistemas democráticos enfrentam dificuldades, ainda que, segundo o orador, “um regime democrático, onde as coisas podem não estar bem, é possível falarmos, manifestarmo-nos e votarmos, de quatro em quatro anos, e contribuir para uma mudança. Numa ditadura não e, portanto, não podemos voltar aí.”
Neste contexto referiu-se, ainda, a dicotomia entre analfabetismo e iliteracia, sendo o primeiro uma característica do regime salazarista e o segundo um flagelo atual, fruto da falta de leitura de livros e de jornais e do excesso de informação consumida através redes sociais, onde abundam as “fake news”, resultando numa enorme taxa de pessoas, sobretudo jovens, que sabendo ler, não desenvolvem a capacidade de interpretar e questionar o que lhes é apresentado. Ainda segundo o professor catedrático, esta é uma questão muito grave que se reflete, precisamente, na falta de participação cívica e política, essencial para manter viva a democracia e evitar que linhas populistas cresçam, por apresentarem visões mais simplistas mas também erróneas.
Fernando Rosas é professor catedrático jubilado no departamento de História da Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e Investigador no Instituto de História Contemporânea da mesma instituição, do qual foi fundador e Presidente da Direção entre 1994 e Fevereiro de 2013.
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