Inácia Rezola encerra ciclo de conferências sobre 25 de Abril

Maria Inácia Rezola, Presidente da Estrutura de Missão das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, foi a oradora convidada da oitava e última sessão do ciclo de conferências “Que história? Que presente? Que futuro?”, que decorreu no passado dia 24 de novembro.

Após a análise cronológica, ao longo de vários meses, dos acontecimentos que levaram Portugal a viver uma ditadura até ao estabelecimento da democracia, a intervenção da professora Maria Inácia Rezola, doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa, foi uma verdadeira resenha histórica do período pós 25 de Abril de 1974.

A “originalidade portuguesa da passagem da ditadura para a democracia”, de acordo com a opinião de alguns meios de comunicação social internacionais da altura; a organização dos diferentes partidos políticos, tendo eleições livres como pano de fundo; a presença das forças militares ao longo do processo; a preparação do sistema eleitoral – a criação de boletins de voto, a instrução da população que não ia às urnas há 50 anos, etc. Todos estes pontos foram abordados, incluindo os acontecimentos decisivos destes meses intensos que decorreram entre o 25 de abril de 1974 e o 25 de abril de 1976, quando nasceu a Assembleia Legislativa, órgão deliberativo do novo regime democrático português.

À parte o contexto histórico, ficou no ar a pergunta: por que razão as gerações mais jovens não atribuem à política e ao poder do voto a pertinência que lhe assiste, nomeadamente quando relembramos que foi apenas há 50 anos que a população portuguesa, incluindo as mulheres, teve oportunidade de voltar a manifestar-se sobre a governação do seu país?

Nas primeiras eleições livres pós 25 de Abril, 92% da população portuguesa votou! Ficou o alerta para a importância de ter uma atitude ativa quando se trata de escolher quem nos representa a nível local, regional, nacional e europeu, sobretudo quando se pretende valorizar a democracia, num contexto internacional e nacional que, claramente, a põe em risco.