Museu de Porto de Mós recebe paleontólogos

Nos últimos meses, o Museu de Porto de Mós recebeu a  paleontóloga Elisabete Malafaia, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, doutoranda em Dinossauros do Jurássico Superior Português, nomeadamente, no grupo Terópodes,  e o paleetnólogo Pedro Mocho, da Universidade Autónoma de Madrid, especializado no grupo dos Saurópodes, ambos representantes da Sociedade de História Natural de Torres Vedras, dando corpo a um projecto comum entre Portugal e Espanha.

O objectivo destas visitas prende-se com a necessidade de compreender melhor não só o património paleontológico já descoberto, a nível nacional, relativo a estas espécies como, também, de proceder a uma identificação dos espécimes outrora presentes na região onde Porto de Mós se insere, já que as características geográficas e geológicas deste território, de zona de montanha, (calcário) dificultam a descoberta de mais vestígios deste período, contrariamente ao que acontece, por exemplo, na região litoral, onde facilmente os fósseis são encontrados.

A presença dos paleontólogos no Museu de Porto de Mós possibilita, também, a identificação de alguns dos fósseis expostos. Grande parte do espólio paleontológico refere-se à espécie dos Theropoda (Terópodes). Um grupo de dinossáurios bípedes, maioritariamente carnívoros, e que inclui a linhagem que deu origem às aves actuais. São conhecidos no registo geológico desde o Triásico (aproximadamente 230 Milhões de anos) até ao final do Cretácico (há cerca de 65 Milhões de anos). Era um grupo muito diversificado que incluía formas de pequeno porte (alguns dos quais não ultrapassariam alguns centímetros de comprimento) como formas que podiam medir mais de 10 metros de comprimento e pesar várias toneladas.

Em Portugal são conhecidos diversos fósseis deste grupo de dinossáurio, sobretudo em sedimentos do Jurássico Superior (c. 145 Milhões de anos), nos quais estão representadas principalmente formas de grande porte, como, por exemplo Allosaurus, Torvosaurus e Ceratosaurus.