“Abril não é um património de extremos, Abril é um património de valores transversais, que a todos toca”
área de conteúdos (não partilhada)O dia das Comemorações do 25 de Abril iniciou, como é habitual, com o hastear da bandeira nacional, contando com a presença da Comitiva Municipal, da Comissão de Honra das comemorações, das Juntas de Freguesia, das três corporações de bombeiros do concelho, do Regimento de Artilharia Nº4 e da Banda Recreativa Portomosense, que fez soar o Hino Nacional.
O programa teve continuação no Salão Nobre, para a sessão de lançamento da obra “Porto de Mós e a Revolução de Abril: Liberdade, Democracia e Participação – Parte 1”, promovida pela Câmara Municipal, no âmbito das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril.
No decorrer da sessão deu-se voz aos membros da Comissão de Honra presentes. Assim, António Poças, presidente da NERLEI, referiu que para além da própria revolução, “celebrar o que fomos capazes de fazer ao longo deste 50 Anos é algo que deve ser valorizado”. Carlos Rabadão, presidente do IPL, enalteceu o papel da Educação no desenvolvimento da sociedade e do IPL enquanto criador de sinergias entre o ensino e o mercado na região. José Conteiro, antigo militar, permitiu aos presentes viajar até ao período do PREC e concluiu, com convicção, que “o poder local é o que tem firmado o 25 de Abril ao longo dos anos”, pela sua atuação próxima e assertiva. Mário Pragosa, antigo presidente da Assembleia Municipal, fez uma resenha histórica das personalidades locais da sua geração, que rumaram a Lisboa para estudar nos meses que antecederam a revolução, e das peripécias que viveram por força da intervenção da PIDE, quando os rumores da revolução já se faziam sentir nos campus universitários. Finalmente, Vítor Carvalho, militar de Abril, concluiu com emoção que “comemorar os 50 anos do 25 de Abril, na minha terra, é uma coisa que não se explica!”.
A comissão de honra fez-se compor por outras personalidades de reconhecido valor que, por diversos motivos, não puderam estar presentes, nomeadamente: Luís Amado, que presidiu a comissão, Isabel Damasceno, José Pacheco Pereira, Júlio Pedrosa, maria Inácia Rezola, Paulo Lameiro, Rui Pedrosa, Samuel Martins e Teresa Jordão e Vicente Pereira.
Seguiu-se a intervenção do coordenador científico da obra, Kevin Soares, que registou a pertinência de ter sido desenvolvido um trabalho, sobretudo vocacionado para a pesquisa, que reúne as atas de todas as juntas de freguesia, entre o período de janeiro de 1974 e janeiro de 1977, nos casos em que foi possível fazer essa recolha. O historiador deixou no ar uma série de referências que podem traduzir-se num conjunto de trabalhos e estudos sobre os quais valerá a pena refletir.
Já, no período da tarde, a Sessão Solene, que teve lugar no Parque Verde, contou com as intervenções dos líderes de bancada – Sandra Sousa, não inscrita; Paulo Rosa, pelo PS e Olga Silvestre, pelo PSD e do recente eleito presidente Jovem Autarca, Francisco Matos.
Nesta sessão o orador convidado foi Kevin Soares, que presidiu a Comissão Executiva das comemorações desde 2022, com um programa que partiu do “concreto para o geral, de dentro para fora”, com uma panóplia alargada de atividades, lideradas em cada um dos anos, por diferentes áreas municipais.
E se a Presidente da Assembleia Municipal, Clarisse Louro, fez questão de focar o seu discurso nos direitos das mulheres, nas conquistas de Abril e no caminho que há ainda a percorrer na consolidação desses direitos, o presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, afirmou que “Abril não é um património de extremos, Abril é um património de valores transversais, que a todos toca, a cada dia no seu percurso. (…) Num tempo em que renascem, mascaradas de democracia, ideias de discriminação negativa, impõe-se dar um novo fulgor aos valores humanistas de uma sociedade respeitadora da liberdade individual. (…) De facto Abril não está por cumprir, nem cumprirá, porque como em todas as coisas, o objetivo é o caminho”.
O programa das comemorações terminou com o concerto “Viagem – Quarteto Instrumental”, pelo Grupo Solaris.
PA