Associações em Porto de Mós: passado, presente e futuro - Sport Lisboa e Porto de Mós
área de conteúdos (não partilhada)No dia 27 de abril de 1940, eram aprovados os estatutos do Sport Lisboa e Porto de Mós. Lê-se nesse documento que o novo clube se empenharia no “desenvolvimento de vários ramos de sport e recreio, começando por cultivar, desde já, entre nós, o Foot-ball” (I, art. 1º). Sedeado na vila de Porto de Mós, a sua fundação deve-se à vinda de três ex-atletas do “Sport Lisboa e Benfica” para este concelho, numa altura de crescimento da popularidade do clube lisboeta. O enorme protagonismo dos encarnados serviu de modelo para a criação de outras coletividades desportivas por todo o país, tal como sucedeu aqui, com a fundação do Sport Lisboa e Porto de Mós (Vigário 1995, 3).
Segundo os estatutos, a admissão de sócios nesta coletividade era reservada a indivíduos “bem comportados” e maiores de 16 anos (II, art. 2º), ficando obrigados ao pagamento da quota mínima mensal de 1$00 (III, art. 6º). A partir da sua entrada nas equipas desta associação, os atletas ficavam obrigados a não faltarem ao respeito ao capitão da equipa ou ao juiz de linha da equipa de arbitragem. Aos prevaricadores reserva-se a pena de suspensão entre um mês e um ano no caso de incumprimento (IV, art. 12º).
Do ponto de vista da sua estrutura orgânica, o Sport Lisboa e Porto de Mós contava com a assembleia-geral, que reunia ordinariamente duas vezes por ano (V, art. 15º) e que era responsável pela eleição da direção da associação (V, art. 14º); O Conselho Fiscal, composto por três membros, que reunia mensalmente com a missão de verificar as contas da direção (VI, art. 25º); A Direção, que tinha o dever de admitir sócios (VI, art. 23º) e organizar festas “desportivas e recreativas” (VI, art. 23º), entre outras; E a “Comissão da Propaganda de Festas”, que devia auxiliar a Direção na organização das referidas “festas desportivas”, colaborar na sua divulgação e “promover bailes pelo menos uma vez por semana” (VI, art. 26º).
Conhecem-se poucos elementos relacionados com a atividade do Sport Lisboa e Porto de Mós, que praticamente desapareceu da memória dos Portomosenses. Pelos estatutos, percebe-se que o clube não tinha uma sede na altura da fundação, pelo que cabia à direção encontrar um edifício que pudesse servir este objetivo. Quanto às razões para a sua extinção, parece evidente que as primeiras décadas do século XX ficaram marcadas pela tentativa de fundação de muitas coletividades que, por motivos diversos, nunca se consolidaram e acabaram por desaparecer. Todavia, a fundação deste clube remete para a popularidade da prática desportiva e do futebol em Porto de Mós, que se manifestou posteriormente na criação de tantas outras coletividades.
O Arquivo Municipal agradece a José Vigário a colaboração para a redação deste texto.
Referências bibliográficas:
Vigário, Zeca - "Uma pequena viagem pela história". A.D.Portomosense, nº 21 (1995), p. 3-18
Arquivo Municipal de Porto de Mós