Peça do mês - setembro
área de conteúdos (não partilhada)“HYMNOS SAGRADOS À VIRGEM NOSSA SENHORA DA NAZARETH”
Datação: 1899
Dimensões: Alt.:37cm Larg:20,5cm
Material: Papel
Autor: Adelino Ferreira Dias de Abreu
Doadora: Ludovina de Sousa Abreu
Morada Doador: Porto de Mós
Data de Entrada: 20-10-1991
Nº de Inventário: E645
Em Setembro voltamos a evocar as tradições religiosas, através deste documento, que foi utilizado na romaria em devoção a Nossa Senhora da Nazaré, ocorrida em Setembro, do ano de 1899. À época, era imensa a veneração religiosa que movia os portomosenses em peregrinação ao santuário da Nazaré. As duas localidades estão ligadas pela figura de D. Fuas, o alcaide de Porto de Mós, que foi também figura mística do Sítio da Nazaré.
Reza a lenda que, na manhã de 14 de Setembro de 1182, D. Fuas Roupinho, alcaide do nosso castelo, deslocando-se às suas terras junto ao Litoral, avistou um veado que começou a perseguir. O veado (na versão popular, uma materialização do demónio) dirigiu-se para o topo de uma falésia, que D. Fuas não terá visto, por causa do nevoeiro. Quando se deu conta de estar no topo da falésia, à beira do precipício, em perigo de morte, num grito desesperado à Virgem Maria: “Senhora, Valei-me!”, Imediata e milagrosamente o cavalo estacou, fincando as patas no bico rochoso suspenso sobre o vazio. Salvaram-se o cavaleiro e a sua montada da morte certa que adviria de uma queda de mais de cem metros.
Após o relato deste acontecimento, vários foram os povos de diversas localidades que se deslocaram em romaria para prestar devoção a Nossa Senhora da Nazaré, no séc. XVII peregrinações colectivas provenientes de: Porto de Mós, Pederneira, Penela, Santarém, Coimbra, Sintra, Ericeira, Colares, Mafra, São Pedro de Dois Portos, Almargem do Bispo, Óbidos, Alcobaça e Alhandra.
Segundo descrição do jornal “O Portomozense N.º 37 do dia 21 de Setembro de 1899, onde a notícia do círio ocupou toda a 1ª página com o título “VIVA PORTO DE MOZ! VIVA O CIRIO PORTOMOZENSE”, foi com muito trabalho e sacrifícios que foi possível à população portomosense levar um círio à Nazaré, “onde não ia há quarenta e tantos anos”. Eram cerca das 10h da manhã, quinta-feira, 14 de Setembro de 1899, quando o círio saiu da vila, organizando-se à porta da Igreja de S. João.
À frente seguia um carro com o guião de S. Jorge, seguia-se uma caleche com os três anjos vestidos à época e logo atrás seguia a berlinda, vistosamente enfeitada, conduzindo aimagem (provavelmente a escultura em pedra da Nossa Senhora da Piedade séc. XVI da Igreja de São João, onde partira o cortejo e onde faz referencia no verso,
e ladeada por archeiros também vestidos à época. A seguir, uma outra caleche conduzindo os reverendos padres Rosa e Nogueira, prior da freguesia de São João, um ripert conduzindo a filarmónica desta vila e mais atrás a confraria da Corredoura. Seguia-se uma quantidade enorme de carros e car