Peça do Mês de fevereiro
área de conteúdos (não partilhada)Descrição: D. António Pinheiro (N.1520 - F.1582)
Naturalidade: Porto de Mós
N.º de Inventário: E 1371
O mês de fevereiro é especialmente importante para Porto de Mós, no que à sua identidade diz respeito. Pois foi a 18 deste mês, mas no já longínquo ano de 1515 que o rei D. Manuel (1495-1521) concedeu novo foral a Porto de Mós. Diga-se novo, pois existia um foral de 1305, outorgado por D. Dinis a reconhecer e a estipular direitos e deveres das nossas gentes.
A reforma de D. Manuel viria a confirmar e sistematizar esses direitos e deveres. E, embora tenham passado 504 anos, a memória prevalece, marcando de forma indelével esta data, herança do séc. XVI, mas também a forma como este acontecimento marcou o desenvolvimento do nosso concelho.
Hoje, além de evocarmos este marco, enaltecemos também uma individualidade nascida em Porto de Mós, cuja vida e obra se cruzou com a de D. Manuel. Falamos de D. António Pinheiro, Bispo de Miranda e de Leiria.
Ao referirmos D. António Pinheiro (N.1520-F.1582), filho de Pedro Vaz do Couto e Leonor Álvares Pinheiro, falamos de um ilustre portomosense, pois era natural de Porto de Mós. Homem de rara inteligência, cedo foi bolseiro de D. João III, a estudar e, depois, a ser professor de Retórica no Colégio de Santa Bárbara, em Paris, doutorando-se em Teologia pela Sorbonne.
Em 1539 regressou a Portugal a pedido de D. João III para ser professor dos moços fidalgos. Em 1544 proferiu a oração solene por ocasião do juramento do príncipe D. João, nas cortes de Almeirim.
Em 1550 foi nomeado cronista-mor do Reino com a missão de escrever a Crónica de D. Manuel, substituindo nessa função Fernão de Pina. Por esta altura terá sido ainda guarda-mor da Torre do Tombo e reitor do Colégio dos Meninos Órfãos.
Em 1551 fez a pregação fúnebre na trasladação dos restos mortais de D. Manuel e da rainha D. Maria para o Mosteiro dos Jerónimos, local onde D. Manuel I foi o fundador.
Em 1557 celebrou as exéquias na ocasião da morte de D. João III, o que fora ordenado pelo monarca. Dois dias depois fazia a prática de aclamação do jovem rei D. Sebastião, que viria a acompanhar na expedição ao norte de África.
Em 1564 terá ocupado o lugar de Bispo de Miranda, sendo em 1579 transferido para o bispado de Leiria. Foi orador régio durante perto de quarenta anos, merecendo o cognome de Cícero Português.
Morreu em 1582 na cidade de Lisboa, vindo a ser transladado por um dos seus sucessores na Diocese de Leiria, D. Martim Afonso Mexia.
Na extinta Igreja de São Pedro de Porto de Mós, Junto á porta travessa, da parte da epístola, havia uma capela de abobada com invocação de São Sebastião, sem administrador, com imagem do Santo de vulto, a qual mandou fazer o bispo D. António Pinheiro, nesta mesma capela viria a ser sepultado este ilustre Bispo que foi cronista-mor do reino .
Deixou diversas obras, entre as quais: «Tratado sobre os Salmos»; «Da Eloquência da Língua Portuguesa»; «Comentários de Quintiliano»; «Das Coisas Antigas de Portugal».
Das Coisas Antigas de Portugal Porto de Mós esteve presente, fevereiro mês de lembrança...
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