Peça do Mês de Abril
área de conteúdos (não partilhada)MÁQUINA DE ESCREVER
Marca: MESSA
Modelo: M1
Datação: “Anos 70 Séc. XX”
Local fabrico: Sintra - Portugal
Materiais: Metal e plástico
Proveniência: EB1 Porto de Mós
N.º de Inventário: 2382MMPM
Mês de Abril, mês que os portugueses associam ao dia Da Liberdade - 25 de Abril de 1974.
Para comemorarmos o Dia da Liberdade, apresentamos como peça do mês a máquina de escrever. O que nos levou à sua selecção foi o motivo do começo da Revolução. Como sabemos as críticas ao governo de então, ainda que veladas, surgiam naquele tempo muitas vezes por meio da escrita e da música. O que nos leva a pensar nos meios de registo dos factos para a comunicação ao cidadão - num tempo em que a máquina de escrever era rainha.
Foi a máquina de escrever um dos instrumentos da preparação da revolta por parte do Movimento das Forças Armadas (MFA), que viria a ter apoio por parte do povo - formado pelo movimento de trabalhadores, intelectuais, médicos e professores, insatisfeitos com as condições sociais, políticas e económicas do país, e que saíram à rua no apoio as ações dos militares. Foi essa união por parte da população que colocou o regime do Estado Novo perante uma situação incontestável e sem retorno, depondo o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, iniciando-se um processo de implantação de um regime democrático. Este processo levaria à entrada em vigor da nova Constituição Portuguesa de 25 de abril de 1976, redigida pela Assembleia Constituinte eleita na sequência das primeiras eleições gerais livres no país em 25 de Abril de 1975 (1.º aniversário da Revolução dos Cravos).
Nesses já longínquos anos 70 do século XX, como podeis constatar, muito se manuscreveu e se dactilografou. Os escritores também tinham dado um passo de desenvolvimento da escrita desde o dia 13 de abril 1973, quando viam assinada a escritura da criação da Associação Portuguesa de Escritores.
Esta máquina representa uma das grandes ferramentas utilizada na comunicação na época do seu uso, que se colocava numa secretária, o dactilografo com agilidade manual batia com as pontas dos dedos nas teclas pretendidas, estas impulsionavam as hastes metálicas através de uma fita pintada contra o papel, deixando os caracteres impressos. A fita com a sua utilização ia rodando de uma bobine para outra, quando esta apresentasse uma cor esbatida era substituída. Tem um selector para permitir utilizar a parte da fita a preto ou a vermelho.
Comparando às novas ferramentas de escrita dos nossos dias, podemos ser levados a pensar que era aborrecido escrever em tais máquinas, pesadas e estáticas. Pois não se iludam, como em todos os tempos, há quem não tenha vocação para a escrita seja ela manual ou mecânica, mas, quem gostava de escrever, o toque das teclas dava-lhe adrenalina e certo orgulho quando era possuidor de grande agilidade manual.
Ao viver uma nova revolução evolutiva do registo da escrita, redigimos a história da vivência do nosso tempo. Assim transmitimos o presente e o futuro e cada um de nós se torna o melhor registo da história de um povo.
Feliz Páscoa 2020!