Peça do Mês de Julho

Designação: Ferro de Engomar
Datação: C.1935
Marca: OLIVA (São João da Madeira)
Materiais: Metal e madeira
Medidas (cm): 19,7x18x8,6
Doador: José Manuel Ventura Carapinha
Nº Inventário: 1408

O objeto que hoje destacamos já foi de grande importância nas nossas casas e é hoje a verdadeira “peça de Museu”. Foi escolhido para recordar que no próximo dia 23 deste mês comemoramos o Dia do Alfaiate e da Modista. E por isso, de forma a comemorar este dia, apresentamos o ferro de engomar a carvão. Um utensílio que era fundamental e que, para ser usado, implicava que fosse cheio com carvão em brasa. Eram ferros que demoravam muito a aquecer, eram muito pesados e, por vezes, uma brasa descuidada caía e queimava a peça de roupa.

O ferro de engomar a carvão era formado por uma caixa pontiaguda encimada por uma pega em madeira para transporte e pressão durante o engomar da roupa. À frente da tampa estava um pequeno galo que se movimentava para a frente fazendo abrir a tampa e para trás, de forma a fechar.

Esta é uma peça que nos reporta ao tempo em que a energia eléctrica era um bem que se desejava mas que se “via” com distanciamento, embora Porto de Mós fosse uma vila portuguesa onde a energia foi uma realidade bem cedo em comparação com a maioria. Sabe-se que chegou a sessenta e sete consumidores portomosenses poucos anos após 1933, graças à existência da Central Termoelétrica. Como sabemos, não chegou para todos da mesma forma. Foram determinantes factores como os meios a serem implementados para a distribuição, o poder económico ou o distanciamento das pessoas em relação ao centro da vila.

O ferro que passou (engomou) tecidos, passou de moda, mas, com a sua preservação fazendo-o perdurar no tempo, não deixa passar a lembrança de um passado “mais escuro” mas enriquecedor na forma de colmatar as necessidades energéticas.