Comunidade, democracia e memória. Teatro comunitário entre La Plata e Porto de Mós

Entre os dias 26 e 28 de fevereiro, o Município de Porto de Mós acolheu a iniciativa de Teatro comunitário “Comunidade, democracia e memória”, promovida por Lucía Úncal, historiadora, atriz, encenadora e professora da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, com as turmas de várias escolas de 3º e 4º anos do 1º ciclo do ensino básico, do município de Porto de Mós.

Na iniciativa participaram cerca de 300 alunos divididos em oito sessões que decorreram nos três dias. Através da preparação de pequenas cenas de teatro, os estudantes foram convidados a refletir sobre a importância da história, das tradições, dos usos e costumes e das lendas e mitos locais, com o objetivo de estimular o conhecimento sobre o seu passado comum e permitir a consciencialização sobre importância do trabalho em comunidade para a resolução de problemas coletivos.

Em Mira de Aire, os alunos invocaram a importância das grutas, do Rancho Folclórico e dos próprios festejos de Carnaval para a história e para a dinamização da comunidade local. Em Porto de Mós, foram várias as referências à Batalha Real de 14 de Agosto de 1385, bem como às figuras históricas de D. Afonso Henriques e D. Fuas Roupinho ou à origem do nome do concelho, em associações com as pedras que se extraíram deste território desde tempos imemoriais. No Juncal, os teatros preparados pelos alunos remeteram para os juncos, a vetusta história da própria escola e a importância de celebrações locais como a Páscoa, como marcas identitárias indissociáveis do seu passado comum. Nas Pedreiras, as cenas de teatro apresentadas convidaram à reflexão sobre a importância da pedra, dos moinhos, das danças folclóricas, e da própria fundação da sua freguesia, numa altura em que se celebram 100 anos desde a sua criação.

Num contexto marcado por fenómenos migratórios importantes, esta atividade propiciou uma oportunidade de partilha de histórias e das marcas da identidade local, favorecendo o diálogo entre alunos de diversos origens, fomentando a importância do diálogo, da tolerância e do respeito mútuo.

Esta iniciativa foi acolhida e organizada pelo gabinete de educação, e contou com o acompanhamento do arquivo municipal.